domingo, 30 de junho de 2013

O Multipolar

  A primeira dificuldade começa nesse texto, a indecisão de que pessoa irá escreve-lo, quem vai estar narrando. Essa indecisão é boba, porque é só um desabafo, quero falar o que eu sinto, eu quero ser eu, eu, eu, eu, sem medo de ser quem declara.
  Eu quero dizer o que eu sinto, e o que eu sinto é que não sei quem sou eu, não sei o que sinto, mas sei que devo procurar mais sinônimos para não repetir tanto o que eu sinto. Mais que se dane se alguém está incomodado com essa repetição, o desabafo é meu, meu sentimento, e não deixarei de escreve-lo como eu penso para ele se tornar mais bonito e coeso. O que quero é na conclusão concluir quem é "eu". E uma coisa já sei, meu "eu" não gosta de ser perturbado, de ser descoberto, e nesse exato momento ele está desfocando minha atenção para a qualidade do texto. Mais se o texto não fosse tão desfocado eu não teria percebido que considero o "eu" como ele, sendo que sou eu, é uma parte de mim, não outra pessoa, então será que eu sou uma mistura de mentes revolucionárias querendo um lugar à luz?
  Hoje eu quero tocar violão e ser um grande músico, mas amanhã eu vou querer ser um lutador, um Rocky Balboa, mas do que vale ser tão bom e não contribuir com nada ao mundo? Mas que se foda o mundo, ele não "tá" nem "aí" pra mim, então eu já sei, vou estudar e trabalhar muito, assim serei o melhor, ser rico, é isso, serei muito rico, farei com que todos que me contrariaram se ajoelhem aos meus pés, vão chorar por "terem me sobrestimado" . Mais porque tanto ressentimento, da onde vem isso?, eu quero mais amor, e já sei, vou tocar um violão, ele me deixa tranquilo, meus sentimentos fluem, me sinto livre.
  Mais olha se não estou evoluindo, o pensamento de agora não é igual ao do mês passado.
  Por que o parágrafo anterior foi tão pequeno? Porquê eu não sentia nada, apenas refletia sobre o passado, e passou, e dai não sentia mais nada, é tão desesperador depois de tudo novamente estar perdido. Mas está ai, o desespero, é um sentimento, mais o que tiro dele? O que sinto agora? O que escrevo agora? E agora? Será que tudo acabou, não há mais nada? Vou terminar outro parágrafo sem chegar a lugar algum?
  Uma coisa eu sei, olha aí uma conclusão que tanto eu queria, "Uma coisa eu sei...", eu sei que quero saber, e se quero resposta é porque gosto de fazer perguntas, olha aí uma coisa comum a todos eles, tocando violão, lutando, vingando, revoltando, amando, todos eles ou "eus" não se contentam com sua situação e querem respostas, e nesse ritmo eu sei que uma hora chegarão a um consenso, porque o "eu" que escreve é conciliador, esse próprio conseguiu achar algo em comum a todos e uma hora serão um, um artista, forte, rico e inteligente, mais por em quanto, sou apenas um canteiro de obras.

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